Olá.
Meu nome é Darko Butorovic e sou croata. Lembrar-se-ão de mim como lateral direito do FC Porto e do Farense. Ao serviço de ambas as colectividades atingi a simpática fasquia de 10 jogos na Liga Portuguesa.
Gostaria de ter jogado mais, mas tive a feroz concorrência de titãs como Carlos S. e Rui Eugénio, o "Pigmeu". Era assim que eu lhe chamava. Normalmente ele respondia com "croata filho da p***", porém sempre preferi ser tratado por "Darko, a Ameácia da Dalmácia".
Infelizmente só o Mielcarski é que me chamava isso, mas como o polaco dividia o tempo entre a enfermaria, o hospital e o sanatório, acho que só o vi duas vezes na vida. Uma foi no treino onde se lesionou no joelho direito, e outro foi no treino onde perdeu a orelha esquerda. Primeiro pensámos que fosse lepra, mas depois viemos a saber que era apenas uma variante estranha da peste bubónica. Quando soubemos que nos tínhamos enganado, eu e o João Manuel Pinto rimo-nos muito. Adoro diagnósticos errados. Bons tempos.
Por esta altura, os caros leitores já devem estar a interrogar-se sobre o que farei eu neste escabroso blog. Pois bem, hoje recebi o meu primeiro computador (obrigado, Mamã), e o Cromos da Bola, SAD foi generoso o suficiente para me endereçar este singelo convite para escrever umas tretas avulsas. Na verdade, foi o primeiro convite que recebi de um site da internet, desde que o interracialtranssexualwhores.com me perguntou se não queria ser a estrela de um filme deles. Eu disse, "nem pensem nisso, sou muito fraquinho em frente a uma câmara! se quiserem provas, vejam estes dez jogos de futebol nos arquivos da RTP Portugal", e dei lhes as datas. Não me voltaram a ligar...mas eu enviei-lhes o contacto do Chippo. Parece-me que será mais indicado para o que eles pretendem.
Porém, os administradores e accionistas maioritários do blog pediram-me para fazer uma breve resenha dos meus tempos como artista do cautchú neste País irmão. Assim sendo, não irei divagar demasiado.
Cheguei ao Porto na época de 96/97, supostamente para substituir um eloquente senhor chamado Broas, que actuava na minha posição. O meu concorrente directo era o tímido Neves, um bom rapaz, que teria sido um bom jogador caso tivesse nascido com jeito para jogar à bola. Mas era peixe miúdo comparado comigo, coitado. Escusado será dizer que após meia-dúzia de treinos o meti no bolso. É que...Santo Deus de Virovitičko-Podravska, o pobre do Neves cruzava tão mal, que cada vez que metia o pé à bola, um anjo caía do Céu e a santa face do Senhor enchia-se de lágrimas.
No entanto, por algum motivo que não consegui descortinar, o mijter não confiava no meu toque sedoso e estóico posicionamento defensivo, e enfiou um miúdo cheio de brilhantina a jogar na minha posição. Eu não tenho nada contra o Krstic ou o Lopes da Silva, mas o petiz vinha do insalubre Felgueiras! Quem era ele à beira do condecorado "Darko, a Ameácia da Dalmácia"?
Obviamente que fiz aquilo que nós croatas melhor sabemos fazer: amuei. (pensavam que ia dizer "genocídio de massas"? tristes.)
O mijter voltou a não apreciar o meu balcânico beicinho, e recambiou-me para Split via empréstimo. Mas Darko não gosta de empréstimos. Boicotei aquele que seria o regresso triunfal ao País que teve o privilégio de me ver nascer, quando recusei tomar parte das tradicionais festividades de Natal em Split - lutas de cães até à morte, com o intuito de angariar fundos para caridade e compra de armas brancas. O povo não gostou, chamaram-me egoísta. "As crianças precisam de ti!", vociferavam eles. Mas mal sabiam eles que este acto teria sido premeditado - queria voltar a Portugal, provar que merecia jogar na equipa de Lars Eriksson! Claro que depois dos tumultos que provoquei com a minha nega (morreram 15 pessoas só no Condado de Koprivnička-Križevci no meio dos confrontos), teria que voltar a Portugal. O meu plano resultara.
Na realidade, não foi bem assim. É verdade, Darko estava de regresso ao Porto para mostrar toda a sua divindade canalizada pela lateral direita, mas o Presidente tinha também resgatado outro grande futebolista para disputar comigo o lugar no plantel até à morte. Um croata está sempre pronto para dar a vida pela titularidade, reafirmei eu para quem quisesse ouvir.
Durante quatro semanas refinei as minhas tácticas de guerra. Li Sun-Tzu, tirei um breve cursito em armas de destruição maciça, investi num workshop com um puto chamado Gilles Binya em Guantanamo (por onde andará ele? era bastante promissor...), e viajei até à Bulgária para um retiro de quinze dias com o monge belicista Trifon Ivanov. Este último curso foi-me especialmente útil, pois aprendi finalmente a comer gatos selvagens crus sem regurgitar. Quando era pequenino na minha terra, sempre que comia gatos, grelhava-os primeiro...passava por mariquinhas, obviamente.
Após este reavivar de velhos conhecimentos, dirigi-me ao mijter na minha melhor pose guerreira, com as mãos tingidas a sangue de urso e catana às costas, e apresentei-me para a disputa da posição de lateral-direito. Quando ele me disse assustado que o lugar iria ser disputado com uma bola nos treinos, fiquei muito desiludido. Darko não gosta de Portugueses - demasiado moles.
Mijter afirmou: "És como o apêndice: és obsoleto, ocupas espaço, e ocasionalmente provocas dor, acabando por ter que ser removido à força."
Amuei, e fui de novo emprestado. Passei fugaz pela Holanda, antes de me enfiarem em Faro.
No início até apreciei a mudança. No Algarve finalmente estava livre de portugueses, e sempre podia arranjar confusão com ingleses bêbedos na noite de Albufeira. Não era a Croácia, mas no meu optimismo, admiti que um ou dois genocídios mensais pudessem ser possíveis.
Com tudo isto, distrai-me um pouco do futebol, e acabei por só vestir por uma vez a camisola do Farense. Com muito orgulho, especialmente porque me enganei e peguei na do Dieb. Assim, os adeptos e adversários não conheciam nem o número, nem o nome, nem a cara. Foi um fiasco. E foi também a minha última aparição na 1ª Divisão Portuguesa (e do Dieb também).
Pouco depois, acabei a carreira, de novo na Croácia natal.
De Portugal, um sabor agridoce, como as entranhas de uma girafa bebé. Momentos bons e maus. Mas vinguei-me da dispensa e da falta de oportunidades na Invicta, quando lhes aconselhei a contratação do Ivica Kralj. Pobres diabos.
Agora sigo a vossa bola de longe, sem grande interesse. Aprecio a forma como os remates de fora da área do Pinheiro fazem o Chaló sonhar, e regozijo-me por ver que o ex-clube de Darko ainda não recuperou da minha extemporânea saída, dez anos volvidos.
Agora têm lá um Sapunaru, para quem um passe longo é um long island ice tea, um passe curto é um mini-bar, e um remate de ressaca é levado à letra.
Agradeço a atenção dos leitores do Cromos da Bola, SAD, ao mesmo tempo que me dá bastante pena o facto de não terem nada melhor para fazer do que ler esta vaga dissertação.
Atentamente,
Darko "a Ameácia da Dalmácia" Butorovic
6 comentários:
Lcviatace nadrvreci hrvzini punircij kabbrou dmrda
Eheheh... Darko era pro no Space Invaders. Para dizer a verdade, nem me lembro dele no Farense. Ainda bem para o Farense.
A descrição do apêndice encaixa-lhe que nem um pente naquela franja.
amei...
que grande jogador...
...
...
de space invaders.
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